Ucrânia captura míssil mais avançado da Rússia e descobre um dos seus maiores segredos militares

A Rússia está a enfrentar um dos maiores perigos na guerra: a perda de equipamento militar para o inimigo, o que fornece informações secretas e coloca tanto o exército como o plano de invasão em risco.
O míssil de cruzeiro Kh-101, um dos mais importantes de Moscovo devido à tecnologia que incorpora foi abatido pelas tropas ucranianas, segundo o Comando da Força Aérea Ucraniana, que apontou os sistemas de defesa aérea do seu exército como responsáveis pela captura do projétil perto de Vinítsia, a sudoeste de Kiev.
Embora não tenha sido oficialmente confirmado, quando ocorre um ataque como este, os destroços são recolhidos e submetidos a uma análise minuciosa para revelar os segredos que a sua estrutura contêm. Através deste processo, a Ucrânia conseguiu identificar o sistema eletro-ópticos Otblesk-U encontrado na área central dos drones usados.
O sistema em causa utiliza uma base de dados interna de imagens de terreno relevantes para verificar e ajudar a guiar a arma até aos seus alvos, sendo o seu funcionamento um dos segredos tecnológicos mais bem guardados da Rússia. Ao aproximar-se do terreno, é capaz de reconhecer todas as suas caraterísticas à medida que voa sobre a área, o que o torna “mais preciso e resistente a interferências”, explicou o analista Piotr Butowski ao jornal El Español.
Este é um método independente de orientação ou posicionamento que não depende de ligações externas, tais como satélites, para realizar o seu trabalho, o que é uma vantagem no campo de batalha onde a guerra electrónica é abundante.
O Kh-101 enquadra-se na categoria de mísseis de cruzeiro lançados por via aérea e começou a ser concebido na década de 80, tendo em 1995, sido desenvolvido em grande escala na Rússia. Em 2003, atingiu a sua capacidade operacional inicial e, em 2012, entrou oficialmente em serviço. O drone tem uma fuselagem de 7,45 metros de comprimento por 51 centímetros de diâmetro, excluindo as asas, e o seu peso no lançamento excede as duas toneladas.
Tem numerosas plataformas de lançamento como os Tu-160 e Tu-95M ou os caças Su-27. A Kh-101 transporta uma ogiva convencional de 450 quilos e pode ser equipada com ogivas altamente explosivas, penetrantes ou de fragmentação.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 é justificada por Putin com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. Esta invasão foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A Organização das Nações Unidas (ONU) apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.952 civis mortos e 11.144 feridos, ao notar que estes números estão muito aquém dos reais.