Quantos graus tem a escala de Richter e como se mede um terramoto

Todos os anos registam-se cerca de 30 mil terramotos em todo o mundo, ou seja, a libertação repentina e violenta de energia armazenada na crosta terrestre. Alguns nem são sentidos, já outros são devastadores, como aconteceu na madrugada desta segunda-feira na Turquia e na Síria.
Sempre que ocorre um sismo usa-se a escala Richter, também conhecida como escala de magnitude local (LMS), para classificá-lo, utilizando-se uma medida física que se obtém através de um sistema que mede a energia libertada pelo terramoto a partir do seu epicentro, que é o local na superfície acima do seu ponto de origem. O valor a que se chega é baseado na amplitude da onda registada num sismograma.
O nome vem do físico e sismólogo americano Charles Francis Richter que, em 1935, juntamente com Beno Gutenberg, criou uma escala de 0 a 9 para medir a magnitude dos terramotos, associando-a com a amplitude da onda sísmica.
“A escala de Richter é logarítmica com logaritmos de 10. Quando passamos de 6 para 8, ou de 7 para 9 é de dois, a energia dos terramotos é multiplicada por aproximadamente 1000: um terramoto de escala 9 é 1.000 vezes mais energético do que um da escala 7”, explicou o professor de física aplicada da Universidade de Alcalá de Henares, Antonio Ruiz de Elvira no seu blogue ‘El porqué de las cosas [O porquê das coisas]’.
Como a magnitude e intensidade são frequentemente confundidas, o Instituto Nacional Geográfico (IGN) esclareceu que “a magnitude é uma medida da dimensão de um terramoto e não se altera com a distância do epicentro”, já “a intensidade indica a forma como um terramoto foi sentido e o grau de dano que causou num determinado local e diminui com a distância do epicentro”.
As magnitudes de terramotos na escala de Richter e os seus efeitos, segundo o Serviço Geológico Mexicano (SGM):
Menos de 3,5 – Está registado, mas geralmente os seus efeitos não são sentidos (micro-terremoto e pequeno terramoto)
Entre 3.5 a 5.4 – Danos menores, frequentemente sentidos (terramoto pequeno a moderado)
Entre 5,5 a 6,0 – Danos ligeiros nos edifícios (terramoto moderado)
Entre 6.1 a 6.9 – Pode causar danos graves em áreas densamente povoadas (terramoto forte)
Entre 7,0 a 7,9 – Causa danos graves (grande terramoto)
Mais de 8 – Destruição total em populações próximas (grande terramoto)
Como é medido um terramoto, segundo a escala de Mercalli
I. Agitação sentida por muito poucas pessoas em condições particularmente favoráveis
II. Tremores sentidos por apenas algumas pessoas, especialmente nos andares superiores dos edifícios; os objetos suspensos podem oscilar
III. Tremores claramente sentidos dentro de casa, com mais intensidade nos pisos superiores dos prédios. O carros que estão estacionados podem movimentar-se ligeiramente. A vibração sentida é semelhante à causada pela passagem de um veículo pesado
IV. Tremor sentido por muitas pessoas dentro de casa e por poucos ao ar livre. Vibração da louça, vidros, portas e veículos estacionados balançam claramente. Sensação de um carro a embater num edifício
V. Choque sentido por quase todos. Algumas peças de louça, vidros e outros objetos partem-se, as árvores podem cair assim como os postes de eletricidade
VI. Agitação sentida por todos que provoca danos ligeiros
VII. Pequenos estragos em edifícios e estruturas comuns; danos consideráveis em estruturas fracas ou mal planeadas. Sentido por pessoas que conduzem veículos em movimento
VIII. Danos consideráveis em edifícios comuns com colapso parcial e grandes estragos em estruturas de construção fraca. Paredes desfeitas, queda de chaminés, móveis pesados caídos e alteração do nível da água nos poços. Pessoas que estão a conduzir perdem o controlo dos veículos
IX. Estruturas bem construídas colapsam e o solo racha significativamente. Ruptura de tubos subterrâneos
X. A maioria das estruturas fica destruída; rachas consideráveis no solo. As vias férreas são danificadas e ocorrem deslizamentos significativos nas margens dos rios e declives íngremes
XI. Quase nenhuma estrutura fica de pé. Pontes destruídas e grandes fissuras no solo. Os oleodutos subterrâneos ficam fora de serviço e ocorrem desmoronamentos em terreno mole
XII. Destruição total. Ondas visíveis no solo e objetos destruídos por todo o lado.