Especialistas revelam nova lista de alimentos ultraprocessados que aumentam o risco de cancro e pedem avisos nas embalagens

Um novo estudo inglês verificou que comer alimentos ultraprocessados, comuns nas prateleiras de muitos, pode aumentar os riscos de desenvolver cancro.

Uma equipa de investigadores da Imperial College London, que liderou o estudo, aponta que a população inglesa consome demasiados alimentos ultraprocessados (UPF, em inglês), e pediu que as embalagens tenham mais avisos para os riscos associados ao seu consumo.

Os cientistas divulgaram também a lista dos alimentos favoritos e de consumo mais amplo cujo consumo foi associado a um maior risco de cancro:

– Cereais de pequeno-almoço
– Pão branco de produção massiva
– Refeições prontas a comer (congeladas/desidratadas)
– Gelados
– Fiambre e carnes reconstituídas
– Doces
– Biscoitos, bolachas e bolos de supermercado

O estudo foi financiado pela associação Cancer Research UK e o World Cancer Research Fund. “Alimentos ultraprocessados estão em todo o lado e são altamente publicitados com preços baixos, embalagens atrativas, tudo para promover o consumo. Isto mostra que o nosso ambiente alimentar precisa de uma reforma urgente para proteger a população destes alimentos”, aponta Kiara Chang, uma das cientistas que liderou o estudo.

A responsável sugere que uma solução para melhorar os hábitos alimentares seria garantir preços mais baixos de alimentos frescos a famílias com menores rendimentos.

Os UPFs normalmente contém ingredientes que não colocaríamos quando estamos a cozinhar em casa, como químicos, corantes, adoçantes e conservantes, para terem um prazo mais alargado.

Mas importa recordar que nem toda a comida processada é má, já que alguns alimentos têm de ser sujeitos a determinados processos para serem seguros para consumo. É o caso do leite, que precisa de ser pasteurizado para remover bactérias.

O estudo, publicado na eClinicalMedicine, foi baseado em observações com base no que os participantes reportarem ter comido, e examinou dados da dieta de mais de 197 mil pessoas entre os 40 e 69 anos. A saúde dos envolvidos foi acompanhada durante uma década e o risco de desenvolverem cancro foi analisado.

A investigação descobriu que um maior consumo de alimentos ultraprocessados estava associado a um maior risco de desenvolver cancro, no geral, mas mais especificamente no cérebro e nos ovários. Também se verificou uma ligação entre o consumo de UPFs e maior risco de morrer de cancro.

Os investigadores descobriram que por cada 10% de aumento de produtos ultraprocessados na alimentação de uma pessoa, verificava-se um aumento de 2% no risco de cancro, em geral, e de 19% no risco de cancro nos ovários, nas mulheres.

Esta ligação manteve-se mesmo com fatures adjuvantes e outras condicionantes, como exercício físico praticado, índice de massa corporal ou privação desses alimentos.

Pangiota Mitrou, diretora de investigação do World Cancer Research Fund, aponta que as descobertas, “acrescentam às evidencias crescentes que ligam estes alimentos a cancros e outros problemas de saúde” e pede que as pessoas limitem o consumo de ‘fast food’ e outros alimentos ou refeições processadas e com alto teor de gorduras, amidos ou açúcares”.

“Para os máximos benefícios, recomendamos uma alimentação que inclua cereais integrais, vegetais, frutas e leguminosas como maior parte da dieta”, termina a especialista ao The Independent.

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