Covid-19: Profissionais de saúde mantêm nível elevado de anticorpos seis meses após vacinação, aponta estudo

Uma nova pesquisa, feita em profissionais de saúde portugueses, mostra que o nível de anticorpos se manteve elevado seis meses após a vacinação contra a Covid-19, avança o ‘Público’.
Segundo a mesma publicação, o estudo contou com 86 profissionais de saúde do Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) e detetou anticorpos em todos eles, durante o período em análise.
Estas conclusões resultam de uma colaboração entre o Laboratório de Imunobiologia e Patogénese do Centro de Estudos de Doenças Crónicas (Cedoc) da Universidade Nova de Lisboa (liderado por Helena Soares) e o Serviço de Medicina IV do Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca (dirigido por José Delgado Alves).
O laboratório do Cedoc tem acompanhado, desde janeiro de 2021, a resposta à vacina da BioNTech-Pfizer nos 86 profissionais de saúde. Os resultados mostram que um mês após a primeira dose, se verificou uma produção de anticorpos “bastante robusta” e que atingiu “valores máximos” um mês após a segunda dose.
“Há um grande pico um mês após a segunda dose e depois vai caindo”, começa por referir Helena Soares ao ‘Público’. Três meses após a segunda dose, observaram-se “algumas oscilações” nos níveis de anticorpos, mas “sem uma variação estatisticamente relevante”, adianta.
Já seis meses após a vacinação completa, os resultados revelaram uma diminuição “ainda significativa” na quantidade de anticorpos, mas em praticamente todos os indivíduos testados os níveis de anticorpos se mantiveram elevados, segundo a responsável.
Ou seja, explica o jornal, na análise os investigadores diluem sucessivamente o plasma de cada indivíduo, designando o “título de anticorpos” (o seu nível) à última diluição em que se consegue detetar anticorpos.
Em 150 diluições do plasma, considera-se que o nível de anticorpos é moderado. Se chegar às 450, o nível é médio. E se for possível diluir o plasma 1250 vezes ou mais, o nível é elevado, o que acabou por se verificar em todos os indivíduos, exceto num.
Importa, contudo, ressalvar que o grupo analisado é constituído maioritariamente por pessoas entre os 30 e os 50 anos e que isso tem influência na resposta do sistema imunitário.
“Estes resultados poderão não ser automaticamente extensíveis a toda a população, porque sabe-se que os idosos têm um sistema imunitário que responde pior à vacinação – isto é, a todas as vacinas”, esclarece a imunologista. Adicionalmente, a equipa só mediu a produção de anticorpos, um dos “braços” da resposta imunitária.
“Tendo em consideração estas ressalvas, o que se pode concluir é que seis meses após a vacinação todos os indivíduos mantêm anticorpos contra a covid-19 e a quase totalidade ainda os tem em quantidade que em termos analíticos é elevada”, conclui.