Marcha por Trump hoje em Washington a pressionar o Colégio Eleitoral

Washington é hoje palco de uma “Marcha por Trump”, iniciativa organizada por apoiantes do Presidente cessante que ocorre a apenas dois dias de os Grandes Eleitores dos 50 estados norte-americanos escolherem Joe Biden como chefe de Estado.
A intenção é precisamente a de pressionar o Colégio Eleitoral – grupo de Grandes Eleitores requerido pela Constituição dos Estados Unidos para eleger o Presidente e o vice-presidente, após as eleições que decorrem a cada quatro anos, em função da votação em cada estado – para votar contra a escolha de Biden.
Nas eleições norte-americanas de 03 de novembro, o democrata Joe Biden conseguiu os votos suficientes para garantir 306 Grandes Eleitores – bem acima dos 270 necessários para a maioria dos 538 votos no Colégio Eleitoral – contra 232 do republicano Donald Trump.
Contudo, cada Grande Eleitor tem a liberdade de escolher o candidato em que votará, na reunião da próxima segunda-feira, podendo mesmo desrespeitar as indicações manifestadas pelo voto popular.
Trump continua a não aceitar a derrota eleitoral e tem contestado os resultados ao ponto de prejudicar a transição de poder para Joe Biden.
Seis meses antes das presidenciais, Trump começou a usar a sua conta na rede social Twitter para lançar as primeiras suspeições sobre a lisura e transparência do ato eleitoral, questionando a validade do voto por correspondência.
Trump argumentava que o voto por correio era um “esquema”, alegando que o seu recurso generalizado levaria à “mais corrupta eleição” na história política dos Estados Unidos, embora nunca tenha apresentando provas que sustentassem a sua tese.
A intransigência prejudicou o processo de transição de poder, levando a que Joe Biden apenas tenha conseguido ter acesso aos ‘briefings’ classificados a partir de 30 de novembro, vendo sonegadas por várias semanas informações relevantes para a definição da sua estratégia de governação.
Trump continua a não revelar se estará presente na cerimónia de tomada de posse de Joe Biden como 46.º Presidente dos EUA, marcada para 20 de janeiro, e continua a manter pressão sobre os parlamentos estaduais, numa tentativa de manipular a escolha dos Grandes Eleitores, que determinarão a validação pelo Congresso, no dia 6 de janeiro, dos votos do Colégio Eleitoral.